quarta-feira, 20 de maio de 2015

A formação das cidades



 

A sedentarização e a formação das cidades:

Alguns historiadores dividem a Pré-história em apenas dois períodos: Paleolítico e Neolítico. Para estes, a formação das primeiras civilizações e, consequentemente, das primeiras cidades, marcam o final do Neolítico. Outros, no entanto, a dividem em três períodos: Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais. De qualquer forma, ao que parece, a maioria são de consenso de que a passagem do nomadismo para o sedentarismo ocorreu durante o Neolítico e, na sua fase final, entre 5000 a.C. e 4000 a.C., ocorreu o processo de fixação do homem no campo que motivou o desenvolvimento da agricultura e a consequente formação de aldeias, vilas e cidades. 
As aldeias são pequenos aglomerados de casas, concentradas, normalmente, em espaço rural. Muitas destas aldeias se transformam em vilas – povoações de dimensões maiores que as aldeias – e, destas, surgem as primeiras cidades.
Nas cidades, enquanto alguns cidadãos cultivavam a terra, outros especializavam-se nos ofícios, utilizando técnicas de metalurgia (cobre, bronze e ferro), neste momento, já bastante desenvolvidas. Outros, ainda, detinham o poder governamental, cujos acontecimentos eram registrados por escrito. A escrita surge por volta de 4000 a.C.
Como afirma o historiador Tales Pinto “a constituição das cidades na Antiguidade tinha por objetivo ser centro de comércio e ou também como fortificações de guerra contra inimigos. (…) De maior complexidade de atividades, foi necessário criar Estados para a defesa militar e a construção de grandes obras (de irrigação, templos, canais etc.), em um processo de formação das civilizações – termo relacionado aos povos que vivem em cidades.” Fatores que determinam a existência de cidades são, entre outros, o desenvolvimento da agricultura, a venda dos excedentes agrícolas, a presença do Estado, incluindo um sistema de segurança, um poder político organizado, além de um sistema de escrita bem elaborado.

2. Civilização: a vida nas cidades
 A palavra civilização está intimamente ligada ao conceito de “cidade”. Apesar de sua origem etnocêntrica europeia, a civilização “…numa perspectiva evolucionista é o estágio mais avançado de determinada sociedade humana, caracterizada basicamente pela sua fixação ao solo mediante construção de cidades, daí derivar do latim civita que designa cidadecivile (civil) o seu habitante.”  Veja o que diz Jaime Pinsky sobre este conceito:
Uma civilização, via de regra, implica uma organização política formal com regras estabelecidas para governantes (mesmo que autoritário se injustos e governados; implica projetos amplos que demandem trabalho conjunto e administração centralizada (como canais de irrigação, grandes templos, pirâmides, portos, etc.); implica a criação de um corpo de sustentação do poder (como a burocracia de funcionários públicos ligados ao poder central, militares, etc.); implica a incorporação das crenças por uma religião vinculada ao poder central, direta ou indiretamente (os sacerdotes egípcios, o templo de Jerusalém, etc.); implica uma produção artística que tenha sobrevivido ao tempo e ainda nos encante (o passado não existe em si, senão pelo fato de nós o reconstruirmos; implica a criação ou incorporação de um sistema de escrita (os incas não preenchem esse quesito, e nem por isso deixam de ser civilizados); implica, finalmente, mas não por último, a criação de cidades. De fato, sem cidades não há civilização.
Pontuando, então, os fatores propostos por Jaime Pinsky para o conceito de civilização, temos:
- organização politica formal;
- projetos amplos de trabalho conjunto;
- burocracia estatal;
- religião vinculada ao poder central;
- produção artística;
- sistema de escrita;
- existência de cidades;

 Extraído de : http://alcidesbarbosadeamorim.com.br/?p=881; em 20/05/2015

  1.     Explique  como os cientistas entendiam a palavra Civilização durante o século XVIII (mínimo 3 linhas; página 40).
2.     Mencione as características de uma civilização citadas por Robert Braidwood: (mínimo 3 linhas. p.g. 40)
3.     Descreva a origem das primeiras aldeias: (mínimo 3 linhas; causas e conseqüências, página 40).
4.     Escreva sobre a origem das primeiras cidades:  (mínimo 3 linhas; causas e conseqüências, página 40 e 41)
5.     Explique o que é um Estado: (mínimo 2 linhas página 41):
6.     Cite a principal vantagem da formação de um Estado:  (mínimo 2 linhas; pg. 41)
7.      Explique a formação de classes sociais nas primeiras sociedades  civilizadas.  (mínimo 3 linhas; pg. 41)

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Sinopse da Música;  Que país é esse?






A relação dessa canção com Brasília é bastante intensa, assim como acontece com a maioria das canções do terceiro disco da banda, “Que país é este 1978-1987”. Isso ocorre porque a maioria das faixas provém da época em que Renato morava e produzia em Brasília. Em algumas declarações, Renato Russo procurou deixar clara essa ligação: “[...] A música que está tocando nas rádios, que está em primeiro lugar, fala de Planaltina, Taguatinga, fala de tudo. 'Que país é este' tem o prisma de Brasília”




“Que país é este” foi composta em 1978, quando Renato Russo ainda pertencia à banda punk Aborto Elétrico, em Brasília. Mesmo depois da dissolução da banda, essa canção continuou sendo apresentada por Renato Russo, desta vez nos shows da Legião Urbana(formada em 1983), em diversas cidades do país. É importante ressaltar que, além de ter feito muito sucesso nos shows mesmo antes de ser gravada em disco (o que só viria a acontecer em 1987), “Que país é este” foi uma das primeiras canções importantes (senão a primeira) da chamada “linha politizada” do rock brasileiro. Renato Russo - que tinha forte influência do Punk rock – afirmou que não pretendia gravá-la (o que acabou fazendo por causa da pressão da gravadora em lançar um disco a cada ano) porque tinha a esperança de que o Brasil melhorasse e que a canção se desatualizasse, perdendo sua razão de ser. Entretanto, ela nos soa mais atual do que nunca.

Analisando letra: Que país é esse?

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação



Logo na primeira estrofe, temos uma afirmação problemática: “ninguém respeita a Constituição”, desde o mais pobre (nas favelas), até aqueles que deveriam dar o exemplo (no Senado), não há quem respeite, e onde não há respeito não há ordem, há bagunça, sujeira (Sujeira pra todo lado). Todos acreditam que o país pode melhorar, mas ninguém que fazer sua parte, é um esperando pelo outro e todos de braços cruzados. Na época em que a canção foi composta (1978) e também quando o disco foi lançado (1987), a constituição em vigor era a de 1967, aprovada durante o regime militar. Temos aqui uma colocação supostamente contraditória: a constituição, mesmo de natureza autoritária, é evocada como um documento a ser respeitado, mas que não se respeita. Nesse caso, constituição pode ter sentidos diversos, talvez, no caso da letra, se reduza aos aspectos positivos de um conjunto imaginário de direitos e deveres de todos que vivem em sociedade.




Que país é esse (3x)


No Amazonas, no Araguaia, na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Geraes e no Nordeste tudo em paz.

 


Neste trecho, temos a referência não apenas a diversas regiões violentas do Brasil, mas, sobretudo, a fatos históricos envolvendo repressão. Como exemplo, temos a referência à guerrilha do Araguaia, onde o regime militar, matou e deixou desaparecidas várias pessoas que protestavam contra o governo, e a Baixada Fluminense que até os dias de hoje apresenta elevados índices de violência, sobretudo em relação ao tráfico de drogas, que também está relacionado com a região do Amazonas. Esta última porém, é melhor trabalhada na canção “Conexão amazônica”, do mesmo disco. A ênfase vocal de Renato Russo no trecho “tudo em paz” constitui um deboche, que é ao mesmo tempo ironia e sarcasmo, pois nesse cenário de violência apresentado, como tudo poderia estar em paz?



Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão




Já aqui, o autor parece acreditar num possível descanso só após a morte, mas também, deixa claro que a mesma tem sido mecanismo dos poderosos para calar a muitos (sangue anda solto ), usando suas posições e influências, alteram documentações, somem com provas e qualquer indicio que possam ligá-los ao sumiço de seus desafetos (Manchando os papéis, documentos fiéis ), é a tal queima de arquivo, que ainda nos dias de hoje ouvimos falar. E ainda nesse trecho ele nos deixa a ideia de que, aqueles que poderiam fazer alguma coisa, simplesmente ignoram, fazem vista grossa ( Ao descanso do patrão).

Que país é esse (4x)

Terceiro mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios em um leilão.






Nesta terceira e última estrofe, encontramos uma visão sarcástica do presente e do futuro logo nos três primeiros versos, o autor quer deixar claro o quão longe o país estava de se tornar uma grande nação e nos outros três que seguem o autor faz uma referência metafórica ao nosáiso passado histórico (“quando vendermos todas as almas/ dos nossos índios num leilão”). Nesse jogo de palavras, temos a afirmação debochada e sarcástica de que o Brasil conseguirá enriquecer e chegar ao nível dos países do primeiro mundo quando comercializar o seu último (e ao mesmo tempo, primeiro) elemento puro da terra: os índios. Nesses versos, temos a idealização do elemento indígena, como símbolo da nossa cultura, crença ( de uma certa forma, no verso "Mas o Brasil vai ficar rico " e nos outros que seguem, o deboche virou profecia, e nos dias atuais a profecia esta se cumprindo. O Brasil esta enriquecendo, mas a troco da falência cultural e social do nosso país, pois estamos emburrecendo e agregando a cultura gringa a nossa em troca de favores e de um nome bem visto la fora, nunca estivemos tão americanizados como nos dias atuais).

Que país é esse (4x)

FIM
Bom galera, vimos, com a análise de “Que país é este”, de que forma tanto a letra como a música compõem um ambiente de esperança perdida, de miséria, de revolta, por meio de suas guitarras estridentes, de sua bateria insistente que marca o bate-estaca do rock, do vocal agressivo e de colocações irônicas e sarcásticas. E que o Brasil das canções de Renato Russo, em especial as do terceiro disco, em breve seja passado  a ser  lembrado mas não revivido. 

Extraído de http://rebobinandomemoria.blogspot.com.br/2012/10/analisando-letra-que-pais-e-esse-aborto.html em 26/10/2014.




Atividade Avaliativa

  1. Descreva a autoria e o ano em que a música coi composta: (mínimo 2 linhas. peso 0,5)
  2. Descreva o contexto histórico -  político e geográfico da composição  da música "Que País é Esse - 1978 a 1987 (mínimo 4 linhas. peso 2,0)
  3. Cite o objetivo inicial da música de acordo com Renato Russo: (mínimo 3 linhas. peso 1.5)
  4. Explique por que ao escrever verso "tudo em paz" o autor da música está sendo irônico:  (mínimo 3 linhas. peso 2,0)
  5. Comente o contraste encontrado  nas palavras dos versos: "Na morte eu descanso mas o sangue anda solto Manchando os papéis, documentos fiéis. Ao descanso do patrão" (mínimo 4 linhas. peso 2,0)
  6. Explique, citando exemplos, por que a música de Renato Russo continua atual:
(mínimo 5 linhas. peso 2,0)